quinta-feira, 30 de junho de 2011

Agapornis, quem são ?



A primeira impressão que temos é que aquela interessante e bela ave, da família do
pscitacídeos, lembrando um mini papagaio, tem um nome complicado, que não parece
nome de ave...Mas atrás do exótico nome tem um grande significado, um belo exemplo
para nós seres humanos.
A origem dessa palavra vem do grego, na verdade é a junção de duas palavras: Ágape,
que significa “amor” e Ornis, significando “pássaro”. Portanto, temos aí um belo
sentindo: Pássaro do Amor. E porque isto?
Devido ao seu estilo de vida, os agapornis são monogâmicos, ou seja se acasalam para a
vida toda, e não só isto durante os seus muitos anos de vida, (existem exemplares que
passam dos 10 anos) são constantemente carinhosos um com o outro, os casais sempre
estão juntos em tudo que fazem, ao comer, ao se alimentar, ao cuidar do filhotes, ao
dormir.
A sua origem é africana, e chegaram de maneira expressiva ao Brasil, na década de 50 e
60 através principalmente do porto de Santos. São aves bem resistentes, que podem
suportar longas viagem, e condições adversas de clima.
De fácil reprodução, quando cuidados adequadamente, embora não exigindo muitas
condições para isso. Põem de 3 a 5 ovos em média, os quais eclodem aos 23 dias
normalmente, e o periodo reprodutivo se dá o ano todo, embora exista um período de
descanso depois de várias posturas. Sua alimentação consiste basicamente em uma
mistura de sementes (girassol, alpiste, aveia, painço), encontrada já pronta nas lojas do
ramo, e indispensável uma boa farinhada, sendo aconselhável verduras bem lavadas
(livre de agrotóxico) por exemplo espinafre, almeirão, etc.. Assim como frutas também
são bem vindas, desde que acostumados a elas. A água é um fator bem importante pois
deve ser substituida diariamente, pois ao comer as semente vão até água, e assim
misturam-na ao alimento formando uma sopinha para os filhotes, ou para a fêmea. Esta
é mais uma característica afetiva entre o casal, onde normalmente o macho, alimenta
frequentemente a fêmea através do bico, ou seja muitas vezes não sabemos se é beijo ou
lanche....
Os agapornis são excelentes mães, cuidam bem dos filhotes e é incomum abandoná-los,
e se caso isto ocorrer é por fortes razões, como superaquecimento dos ninhos (ninhos
muito próximos ao teto quente no verão), falta de alimento ou água limpa, um grande
susto (fogos de artifício,gatos). Quando pequeninos, somente a mãe os aquece e trata ,
mas é o macho que trata da mãe, portanto o segredo de filhotes bem cuidados em
ninhadas grandes, 5 ou 6, está no pai ser bom tratador, a partir dos filhotes já
empenados o pai passa tratá-los, dando um tempo para mãe, que maridão ....
Em seguida a fêmea já se prepara para a próxima postura, e não é raro ver fêmeas
botando com filhotes no ninho, por esta razão é que as gaiolas destinadas a criar
agapornis, teêm dois suportes para alojar ninhos, pois os filhotes ainda imaturos embora
bem emplumados ficam no outro ninho, aos cuidados do paisão.
Estas aves não apresentam dimorfismo sexual, ou seja o macho e fêmea são muito
semelhantes, uma forma de detectar embora não muito precisa, é tocar os ossos cloacais,
normalmente os das fêmeas são mais abertos e em relação ao parceiro, outra forma é
aguardar o acasalamento, em se havendo a necessidade de saber, uma solução é através
de exames de DNA, e são simples enviando penas através de quites em papel, via
correio se obtem o resultado preciso em uma semana, a um custo em torno de quinze
reais. É possível, ainda que não seja comum acasalamentos do mesmo sexo, portanto se
depararmos com alegria de 11 ovos no ninho, nem precisa fazer exame de DNA, são
duas fêmeas. Os agapornis se reproduzem, bem em colônias, ou seja colocados em viveiros, os casais se formam e procuram os ninhos disponíveis, que deve ser 50 % mais que o número de
casais, se não é briga na certa ...É fundamental que ao se optar por este tipo de criação,
se evite juntar espécies diferentes num mesmo viveiro, pela seguinte razão: A facilidade
de reprodução tem um inconveniente, pois se não tomar os devidos cuidados, uma
espécie se mistura com a outra, originando assim autênticos vira latas. Além disso
determinados cruzamentos originam aves estéreis, é o caso da espécie Roseicolis
cruzada com qualquer outra, produzira filhotes híbridos estéreis, ou melhor cerca de
95 % estéreis. Esta característica genética nos Roseicolis, os protege de se misturarem com
outras espécies.
Já as demais mais comuns no Brasil, Personatus, Fischeri, Nigrigenis e Lilianes correm
este risco mistura, aliás a maioria delas tem . Portanto esta é uma importante razão, para
quem quer adquirir estas encantadoras aves com qualidade, o fazer através de criadores
idôneos, inclusive que anilhem suas aves, este detalhe indica uma melhor procedência,
embora não necessariamente.
A razão desta impureza se deu ao chegarem no nosso país, onde houveram
acasalamentos sem critério, uma grande mistura entre as espécies, provavelmente por
falta de conhecimento das pessoas, ou escasses de parceiros, etc.. O fato é que hoje em
dia, é muito comum a mistura genética da grande maioria dessas aves, que estão fora
dos criadouros idôneos. Embora olhos mais experientes e honestos, possam detectar
com facilidade se há impureza genética ou não, em função as características serem bem
marcantes, no entanto exigem conhecimento técnico, embora não sejam difíceis de
aprender é só se interessar, e buscar a chave de tudo na vida: A informação de fonte
segura.
Existem 9 espécies de agapornis, o mais comum é o Roseicolis, dada a sua facilidade
de reprodução maior que as demais. Podemos encontrar com freqüência os Personatus,
Fischeri, e menos comuns são os “Lilianes” os “Nigrigenis e “Taranta”. Já os agapornis
“Cana” são bem raros no Brasil, somente esta espécie é nativa fora do continente
africano, pois seu habitat é na ilha de Mandagascar, no oceano Índico, próxima a costa
africana. Existem ainda o “Pularia” com poucos exemplares, devido a dificuldade de
reprodução, e não existem mais do nosso pais, e finalmente o “Swindernianus” que
não se adapta fora do ambiente selvagem, e está em perigo de extinção. As demais
espécies, graças a ajuda do homem, estão espalhadas em grandes quantidades por todo o
planeta, muito bem adaptadas ao convívio humano.
Cada uma destas espécies possui características bem diferentes uma das outras, embora
para olhos menos experientes possam ser confundidos, mas ao observar detalhes bem
evidentes, como bico, olhos, as cores na cabeça, peito, nuca, testa são bem diferenciadas
e identificáveis cada espécie. Aliás um agapornis se identifica pela cabeça, observando
ela já temos condições de saber, qual a espécie e se é um pássaro puro, ou “guapeca”
Os melhores e maiores criadores do Brasil se concentram, nos estados do sul e sudeste
do país, onde no sul o destaque é para Santa Catarina, na região norte do estado.
Um grande atrativo nos agapornis, são as suas cores explêndidas, e muitas vezes
incrivelmente contrastantes, indo de um preto na cabeça ao vermelho do bico e amarelo
no pescoço,peito e nuca, chegando abruptamente no verde do dorso e abdômen. Do
vermelho-alaranjado ao amarelo, um destaque a parte são os tons azuis, chegando ao
violeta...Existem centenas de combinação de cores, sendo que acasalando corretamente
um casal, este pode dar origem a mais de 20 cores diferente nos seus filhotes.
E a grande satisfação é buscar conhecer essas cores, e com elas na cabeça, escolhermos
os casais e trazer estas cores a nosso planeta....Uma boa forma de buscar estes
conhecimentos é visitar, os criadores, e as exposições anuais. Essas pequenas aves, de temperamento ativo e alegre de extrema beleza, certamente
nos trazem contentamento e um pedacinho da natureza para dentro do nosso cotidiano,
com elas temos a oportunidade de praticar a preservação, unindo o útil ao agradável.

Wilson Silva Gomes
Joinville Criadouro
Joinville – SC
www.ajojoinville.com.br
(47) 9964-2742

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